Defesa de Bolsonaro quer adiar depoimento à PF sobre golpe

Bolsonaro falaria à Polícia Federal na próxima quinta-feira. Contudo, defesa busca alegações para evitar a oitiva

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pediu nesta segunda-feira (19) o adiamento de seu depoimento à Polícia Federal (PF) no caso que apura uma suposta organização criminosa para elaborar um golpe de Estado.

Assim como outros investigados, Bolsonaro recebeu a intimação para comparecer à PF na próxima quinta-feira (22) para prestar esclarecimentos sobre a suposta trama golpista. Os advogados do ex-presidente, contudo, afirmaram que ele “opta, por enquanto, pelo uso do silêncio”.

A defesa acrescenta que o ex-presidente somente deverá prestar depoimento quando tiver acesso integral às provas no processo. “Não abdicando de prestar as devidas declarações assim que tiver conhecimento integral dos elementos”.

Os advogados alegaram que a decisão do relator, ministro Alexandre de Moraes, que autorizou medidas cautelares contra Bolsonaro, “contém excertos de supostas conversas presentes nos celulares apreendidos ao longo de todo este procedimento investigatório, mídias as quais a defesa não teve acesso até hoje”.

Tempus Veritatis e Bolsonaro

Os defensores destacam que as investigações começaram há pelo menos 10 meses sem o acesso da defesa às provas. Por esse motivo, o silêncio se faz necessário. Supostamente para preservar o “direito à ampla defesa, cujo pleno exercício está sendo tolhido pelo represamento de elementos cruciais para a compreensão dos fatos”.

Bolsonaro é um dos alvos na Operação Tempus Veritatis, deflagrada há quase duas semanas pela PF. Os investigadores apreenderam seu passaporte e impediram-no de se comunicar com os demais investigados. A PF também investiga seus ex-assessores diretos, incluindo militares que integraram o alto escalão do governo.

A PF cumpriu 48 medidas cautelares na operação Tempus Veritatis (Hora da Verdade, em latim), quatro delas de prisão preventiva. De acordo com a PF, o grupo investigado é suspeito de tentar “viabilizar e legitimar uma intervenção militar” no Brasil.

Rede Brasil Atual

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