Diante da conjuntura, Diretoria Executiva planeja ações da Contee

A Diretoria Executiva da Contee se reuniu na manhã de hoje (17) para debater a atual conjuntura política, tanto nacional quanto internacional, bem como traçar o planejamento de ações da entidade e de cada uma de suas secretarias.

Os diretores iniciaram a reunião desta terça-feira com uma avaliação da situação política atual pelo “processo global, que interfere na situação brasileira”, segundo o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis. Foi destacada a posse do presidente do Peru, professor e sindicalista José Pedro Castillo Terrones, com plataforma antineoliberal e compromisso de convocar uma Constituinte para refazer a democracia no país. Castillo derrotou a direitista Keiko Fujimori, que contestou, sem provas, a legitimidade da eleição e foi derrotada também na Justiça eleitoral.

Outro episódio abordado foi a saída, com derrota política e militar, dos Estados Unidos do Afeganistão, após 20 anos de ocupação, abrindo espaço para os talibãs assumirem o poder. Os EUA e seu principal aliado na região, a Índia, ficaram politicamente isolados. Também derrotada foi a ofensiva norte-americana em Cuba, onde a população saiu às ruas em defesa do governo socialista, em resposta a manifestações direitistas incentivadas pela Casa Branca. “Esses acontecimentos são fortemente vinculados à ofensiva estadunidense contra o protagonismo da China no cenário internacional, numa nova guerra fria que se desenha e conta com o apoio dos bolsonaristas, que inclusive ameaçaram invadir Embaixada da China no Brasil”, pontuou o coordenador-geral.

Tratando da situação brasileira, os dirigentes falaram da profunda crise política que está sendo vivida, com as constantes ameaças de golpe bradadas por Bolsonaro. O presidente, que conta com forte apoio nas polícias e milícias, joga na instabilidade para tentar governar e mobilizar sua base política, pressionando o Judiciário, o Legislativo e a mídia. As elites econômicas e políticas se dividiram. Pesquisas apontam queda de apoio da sociedade ao governo federal, ao passo que as principais instituições também não o apoiam e mesmo as Forças Armadas estão divididas. O país atravessa uma crise política, econômica e social (novo ciclo inflacionário, taxa de juros subindo; desemprego e situação social gravíssima; sem significativo crescimento do PIB; crise energética sem solução a curto prazo).

“Temos que fazer a disputa política na rua, pois o bolsonarismo ainda tem algum nível de força. A pauta do golpe de Estado de 2016 continua sendo levada adiante, como mostra a aprovação da MP 1045 na Câmara (um dos poucos redutos de apoio governamental), o ataque aos sindicatos, ao movimento popular e ao ensino público e o desmonte do Estado democrático e dos serviços públicos. Neste dia 18 serão realizados atos contra a reforma administrativa e o dia 7 de Setembro, Dia dos Excluídos — pela democracia, pelos direitos sociais, pela vida — simboliza a luta entre os democratas e os golpistas. Nossa parte tem que ser feita, mobilizando e conscientizando o povo. Nosso desafio é reconstruir o país em outras bases. Estamos em estado de alerta permanente”, afirmou Gilson.

Durante o debate, vários diretores também fizeram pontuações sobre a conjuntura. Em seguida, os diretores passaram à discussão sobre a condução da entidade e de seus fóruns nessa nova gestão, a fim de que ela se torne ainda mais participativa e fortalecida. Cada secretaria pôde apresentar seu planejamento e/ou suas propostas de atuação.

A reunião da Executiva continua na tarde de amanhã (18), dando seguimento ao debate das secretarias e também contando com a participação do consultor jurídico da Confederação, José Geraldo de Santana Oliveira, que fará uma explanação sobre a Medida Provisória (MP) 1045 e a necessidade de derrotá-la no Senado.

Por Carlos Pompe, com colaboração de Táscia Souza

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