Em sinal de prestígio, Lula participa da Cúpula da União Africana

O presidente tem agendas no Egito e na Etiópia, países que se tornaram integrantes do Brics em 2024, com apoio do Brasil

por Iram Alfaia

Presidente Lula chega à África do Sul para a reunião do Brics em 2023. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retorna na próxima semana, pela segunda vez no atual mandato, ao continente africano onde terá agendas no Egito e na Etiópia, países que se tornaram integrantes do Brics em 2024, com apoio do Brasil.

Os compromissos no Egito serão entre os dias 14 e 15 de fevereiro, e Etiópia, entre 16 e 18.

Na capital etíope, Adis Abeba, o presidente brasileiro vai participar como convidado da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana.

Em um briefing para a imprensa sobre a viagem, o embaixador Carlos Duarte, secretário de África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, diz que o convite para a cúpula da União Africana pode ser interpretado como um sinal de prestígio, já que na maior parte das vezes apenas os governantes africanos participam desse evento.

“É um reconhecimento da prioridade que o presidente vem dando à África em sua política externa”, diz.

Na reunião com dezenas de chefes de Estado e governo na cúpula, o presidente tem convites para diversas reuniões bilaterais, que ainda não estão definidas.

O embaixador diz que o Brasil pode desenvolver com a Etiópia um comércio mais forte.

“É um país que tem tido um crescimento econômico forte e significativo e é um mercado importante. O Brasil pode se beneficiar tendo uma presença maior na Etiópia”, explica.

De acordo com o Itamaraty, outro ponto importante é a convergência entre o Brasil e as nações africanas nas três prioridades que norteiam a presidência brasileira no G20: o combate à desigualdade e à fome, a sustentabilidade e transição energética e, por fim, a reforma dos organismos internacionais para permitir maior participação dos países em desenvolvimento no sistema de decisões globais.

Egito

O convite para a visita ao Egito foi feito pelo presidente Abdul Fatah al-Sisi antes mesmo da posse de Lula.

“Ainda presidente eleito, ele foi convidado pelo presidente Sisi para participar da COP27 em Sharm al-Sheikh. O presidente foi lá e anunciou as diretrizes de sua política externa, um retorno do Brasil a fóruns internacionais e prioridades reconfiguradas. Também destacaria os 100 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Egito que são comemorados em 2024”, afirma Duarte.

Ampliar relações com o Egito, um dos maiores e mais influentes países não apenas do continente africano como entre as nações árabes, é uma das ações estratégicas da diplomacia brasileira.

O embaixador explica que esse diálogo foi estreitado nos últimos meses, com as negociações para a saída de brasileiros que estavam na Faixa de Gaza em meio ao conflito na região, e puderam voltar após passar para o território egípcio por meio da passagem de Rafah.

“O Egito é um ator importante na região. Esse diálogo se deu nos mais diversos níveis para conseguir a repatriação dos brasileiros. Essa circunstância tornou a relação ainda mais importante”, afirma o embaixador.

Ele destaca ainda que o país é um dos principais parceiros comerciais do Brasil na África. “É um comércio forte e diversificado, especialmente nos produtos agrícolas”.

A expectativa é de que o governo egípcio aprove em breve novos abatedouros e frigoríficos no Brasil para exportação de carne bovina.

Em 2023, o país africano abriu mercado para diversos produtos brasileiros, como peixes e derivados, carne de aves, algodão e gelatina e colágeno. Também será discutida a abertura de uma rota aérea entre os dois países, ligando São Paulo ao Cairo.

Com informações do Itamaraty

Do Vermelho

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