Ex-diretores da Contee testemunham a realidade na Palestina

Sindicalistas apoiam posição de Lula sobre o genocídio

Em 2012, os então diretores da Contee José Carlos Arêas e João Batista da Silveira participaram da 1ª Missão de Solidariedade ao Povo Palestino. Mais de 10 anos depois, diante do genocídio que vem acontecendo com a população palestina sob os ataques do Estado de Israel, eles relembram suas experiências, o que conseguiram perceber no tempo em que ficaram lá, e também expressam suas opiniões sobre as críticas ao governo israelense feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo José Carlos, quando a viagem aconteceu, a Cisjordânia já era fragmentada de ponta a ponta, com um muro que cercava todas as cidades. Para o professor, a situação já era muito dramática para o povo, já que, na Cisjordânia, era impossível haver qualquer indústria na cidade, de modo que a população vivia apenas da produção de azeite de oliva e de ajuda humanitária da ONU (Organização das Nações Unidas).

Quando questionado sobre o posicionamento do presidente Lula, o professor José Carlos se mostrou completamente a favor. “Ele denunciou o genocídio que está acontecendo, com isso você consegue imaginar como o povo palestino vive. O Brasil é um país soberano, e o Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, trata o presidente Lula como ‘persona non grata’. Com isso conseguimos ver a prepotência de um governo imperialista, que não respeita nem sequer a soberania de um Estado. Agora imagina um povo que vive sem um Estado, sem direitos. Pela forma como ele falou com o embaixador brasileiro, o que ele não é capaz de fazer com o povo palestino?”, questiona o ex-diretor da Contee.

“Temos hoje uma organização fascista no poder do Estado de Israel. O presidente Lula fez uma denúncia sobre o fato de que o que aconteceu na época do nazismo contra os judeus hoje os sionistas fazem com o povo palestino. E o governo brasileiro faz uma intervenção pela paz, a defesa é para dar um basta nesse massacre que estão fazendo’’, explica o professor José Carlos.

Mais de 10 anos de guetos

Já João Batista da Silveira, também ex-dirigente da Contee, relatou que, há 10 anos, já era uma absurdo o que o povo palestino passava. “Nós passávamos por muralhas e tinha formações de gueto mesmo, já existiam comunidades em que você tinha que passar por revista pelo exército israelense e não conseguia se locomover”, relembra.

“Na faixa de Gaza temos pessoas bombardeando os cidadãos palestinos em massa. Só não foram 6 milhões, como aconteceu no nazismo contra os judeus, mas a prática é a mesma. Estão jogando bomba e fuzilando o povo sem arma. A organização do Hamas continua intacta, e estão dizimando a  população palestina, não só na Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia”, pontua João Batista.

Para ele, no entanto,  o presidente Lula, embora não deva desculpas aos sionistas, deveria se desculpar com o povo judeu pela referência ao holocausto. João Batista explica que, ocorrendo o cessar fogo de Israel contra a Palestina, existe a possibilidade de o primeiro-ministro israelense perder o poder. O ex-diretor da Contee recorda ainda que Netanyahu seria julgado pela Suprema Corte e que tentou, através do Parlamento de Israel, alterar a legislação para que não ocorresse o julgamento, caso contrário teria grandes chances de ser preso.

“Existe uma crítica muito grande do próprio povo israelense, segundo a qual, para tirar os olhares da população sobre o julgamento, o primeiro-ministro pode ter facilitado a entrada da dita invasão do Hamas dentro do território de Israel, a fim de que o ataque começasse ele ele permanecesse no poder”, comenta João.

Lula tem razão

A coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais da Contee, Cristina Castro, define que o que vem acontecendo na Palestina implica uma descrença na humanidade. “Temos um genocídio, em que mais de 30 mil pessoas foram mortas, sendo que  70% dessas mortes são de mulheres e crianças. Nada justifica o ataque contra inocentes ou o bombardeio de hospitais, escolas e faculdades. Lançam bombas em um território tão pequeno, diante da proporção do ataque, o que faz [o Estado de Israel] ainda mais assassino. Além de bombardear o próprio local para onde eles mandaram que os palestinos se retirassem, impedem a entrada de água potável, medicamentos e alimentos”, relata.

“Vendo esse cenário, o presidente Lula tem razão. É de doer o coração saber que inocentes morrem diariamente e que não tem sido feito nada pela ONU. Então, pedir cessar fogo e ajuda humanitária é o caminho mais urgente. Lula foi um grande chefe de Estado que se posicionou em relação a tudo isso. Temos visto grupos organizados de judeus com horror ao que vem acontecendo. É uma defesa inclusive do povo judeu, que não merece ter À frente do poder um genocida”, conclui.

Vitoria Carvalho, estagiária sob a supervisão de Táscia Souza

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