“Governo completa 60 dias sob a tutela do BC”, diz o coordenador-geral

Executiva da Contee, que se reuniu remotamente nesta quinta-feira (9), também indicou elaboração de nota pela revogação do Novo Ensino Médio

Com pouco mais de “60 dias”, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está “sob a tutela do Banco Central”, entende o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis. Esse foi o ponto central da análise de conjuntura que abriu a reunião da Diretoria Executiva, nesta quinta-feira (9).

A taxa de juros Selic, em 13,75%, determinada pelo BC (Banco Central) tem inviabilizado a economia e está na contramão da agenda do governo eleito em 2022. Trata-se, pois, da maior do mundo.

“Os ministérios estão sendo estruturados”, disse. O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) “ainda não indicou os superintendentes nos estados”, informou.

“A luta política no interior do governo” torna a disputa mais complexa. “O governo precisa ser pressionado, como cobra o presidente Lula”, destacou o coordenador-geral na análise preliminar à reunião.

Sustentação da pauta do governo

Logo após a análise de conjuntura feita coordenador-geral, o coordenador da Secretaria de Assuntos Educacionais, Thadeu Almeida, interveio. No entendimento dele, é preciso fazer “pressão, com a sustentação da pauta” do governo.

“A pauta eleita [em outubro de 2022] precisa ser cumprida. O governo tem que mudar as questões de ordem estrutural”, pontificou.

Revogação do NEM

Ao final da primeira parte da reunião, foi indicada a elaboração de nota pública pela revogação do NEM (Novo Ensino Médio), em apoio à manifestação contra o novo currículo do ensino médio, que Gilson chamou de “tragédia para a educação para o País”.

O coordenador-geral se referiu ao “Dia Nacional de Luta pela Revogação do Novo Ensino Médio”, convocado pela Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) para acontecer no próximo dia 15.

A necessidade de revogação NEM, aliás, foi mote de acalorado debate, que passou pela urgência de reconstituição do FNE (Fórum Nacional de Educação) golpeado em 2017, como havia se comprometido o MEC (Ministério da Educação) há exato 1 mês atrás. Isso porque, como enfatizaram Gilson e Thadeu, é o Fórum o espaço amplo e democrático para que seja debatida e formulada nova proposta para o ensino médio.

Calendário

As datas e temas do próximo curso de formação da Contee foram o ponto seguinte da pauta. A intenção é que a atividade, que está sendo organizada em parceria com o CES (Centro Nacional de Estudos Sindicais e do Trabalho), seja realizada nos dias 29 de março e 11 e 29 de abril. Os temas abordados serão: financiamento das entidades sindicais; regulamentação da educação privada; e convenção coletiva nacional.

Foram ainda debatidas datas das próximas reuniões presenciais da Executiva e da Plena da Contee.

10° Encontro

Ao fim da reunião, o coordenador da Secretaria de Assuntos Jurídicos, Leandro Batista, fez avaliação positiva sobre o 10° Encontro Nacional dos Trabalhadores Técnicos Administrativos e Auxiliares, que integram a base da Contee.

O evento foi realizado nos últimos dias 3 e 4, em São Paulo. À Executiva, Leandro reiterou a questão crucial para os trabalhadores, que é o fortalecimento da categoria dentro da estrutura da Confederação.

Informes

Antes do encerramento, a coordenadora da Secretaria de Relações Internacionais da Contee, Cristina Castro, tratou da possibilidade de  participação da Confederação em eventos da IE (Internacional de Educação) e CPLP-SE (Confederação Sindical da Educação dos Países de Língua Portuguesa).

Falou ainda sobre a 24ª Plenária do FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Educação), também realizada no último fim de semana, em São Paulo. Cristina foi eleita para representar a Contee no Conselho Deliberativo do FNDC.

Por fim, a coordenadora da Secretaria de Defesa das Diversidades, Direitos Humanos e Respeito às Etnias e Combate ao Racismo, Margot Andras, explicou a retomada, neste mês, da campanha “Lugar de mulher é… MUDANDO O MUNDO!”.

Foi ainda proposto que a Contee divulgue nota de repúdio ao deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), exigindo a cassação dele por crime de transfobia cometido quarta-feira (8), no Dia Internacional da Mulher, no plenário da Câmara.

Marcos Verlaine e Táscia Souza

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