Nossa mensagem de coragem: 78 anos em defesa de uma UNE do tamanho do Brasil

Uma guerra mundial, ameaças à soberania, golpes ao Estado Democrático de Direito, um regime de exceção, atos inconstitucionais, uma anistia irrestrita, uma Constituinte, a criação e o fortalecimento da nossa mais importante estatal, Planos Nacionais de Educação, um impeachment, o avanço da Ciência e Tecnologia, descoberta do pré-sal, Estatuto da Criança e do Adolescente, destinação de 10% do PIB para a educação, a primeira mulher na presidência da República, gerações de diferentes classes e cores ocupando a universidade.

Nestes 78 anos de história, a União Nacional dos Estudantes tem sua biografia entranhada na luta pela defesa da democracia brasileira. Desde a sua fundação como entidade máxima dos estudantes em 1937, na Casa do Estudante do Brasil, no Rio de Janeiro, já no combate ao avanço dos nazifascistas em nosso país, a UNE esteve à frente das lutas pelas pautas progressistas e a favor da nossa soberania econômica e intelectual.

Seja nas reivindicações como na campanha do “O Petróleo é Nosso” (1947-1953), na resistência ao regime militar, ou na “Campanha da Legalidade” (1961), quando transferiu sua sede para o Rio Grande do Sul exigindo o direito de posse de João Goulart, vice de Jânio Quadros, que renunciou ao mandato.

E também na luta pelas “Diretas Já”, que visou restabelecer o voto direto e popular para eleger o presidente da República, no início dos anos 80, ou no protagonismo no “Fora Collor” em 1992, bem como no último período com a defesa do acesso dos filhos e filhas da classe trabalhadora ao ensino superior.

A coragem é sempre a mesma para defender a participação dos estudantes na construção de sua própria história, com acesso a uma educação pública e de qualidade e com protagonismo da juventude nos rumos da política brasileira.

“Nosso legado são os desafios que enfrentamos – como quando a ditadura militar incendiou nossa sede – para garantir ao Brasil a necessária democracia popular, coisa tão rejeitada pelas nossas elites, que no menor sinal de diminuição de seus privilégios, procura recorrer covardemente às saídas antidemocráticas e golpistas, como se vê agora”, destaca o secretário-geral Thiago Pará.

Já para a vice-presidenta da UNE, Moara Saboia Correia, a entidade está a serviço da juventude brasileira, mas não ficará apenas defendendo seu legado. “A juventude brasileira quer mais, entendemos a crise econômica que estamos vivendo, mas os estudantes brasileiros não podem pagar essa conta. Seguiremos lutando por mais conquistas para os e as estudantes brasileiros/os”, ressaltou.

FUTURO E LUTA

Hoje, a entidade que representa 7 milhões de estudantes têm diretores e diretoras de todas as regiões do país, brancos, negros, índios, mulheres, homens, heteros, gays, trans, de universidades públicas e privadas.

As cotas, o Fies, o ProUni, todas essas políticas que a entidade sempre defendeu com afinco, visando a democratização do ensino superior transformaram o perfil do universitário brasileiro e dessa forma o mercado de trabalho.

“Nos nossos 78 anos nos reafirmamos como uma entidade extremamente jovem, conectada com os estudantes e com essa nova configuração da universidade. Mas também reafirmamos nossa história, nossa tradição nos somando nas lutas decisivas para o avanço da sociedade. Num momento de crise política e econômica a UNE se coloca ao lado da democracia que foi o motivo pela qual ela foi criada e que ao logo de toda sua história foi a sua principal luta. Estaremos nas ruas”, afirmou a presidenta, Carina Vitral.

No dia do seu aniversário, Semana do Estudante, comemorado também no dia 11, as entidades estudantis iniciam uma Jornada de Lutas pela Democracia, encabeçando uma série de mobilizações em Brasília e em todo o Brasil contra os cortes na educação, por uma nova política econômica, contra a redução da maioridade penal e em defesa da Petrobrás pelos royalties do petróleo para o setor.

Da UNE

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