PSB oficializa apoio a Lula em congresso: “vamos vencer esse governo nefasto”

“Nossa colaboração eleitoral é muito importante, mas é igualmente importante a colaboração programática para que possamos vencer, e vencer bem”, declarou Carlos Siqueira, presidente da legenda

Aliança da legenda não vai ser, segundo o presidente do PSB, Carlos Siqueira, apenas eleitoral com o PT. Essa expressão foi dita por Siqueira, nesta quinta-feira (28), no XV Congresso Constituinte da Autorreforma do PSB, em Brasília.

Segundo o líder partidário, o apoio entre os dois partidos não deve ser apenas eleitoral, mas também na formação do programa de governo da chapa.

Ambos os partidos estarão juntos nas eleições presidenciais neste ano: o PSB indicou o ex-governador Geraldo Alckmin como vice na chapa do ex-presidente Lula.

“A nossa colaboração não é apenas eleitoral. A nossa colaboração eleitoral é muito importante, mas é igualmente importante a colaboração programática para que possamos vencer, e vencer bem”, declarou.

Ao chegar ao evento, Lula foi ovacionado pelos participantes do congresso.

“Seja muito bem-vindo, presidente Lula, ao Partido Socialista Brasileiro”, saudou Carlos Siqueira. “Haveremos de vencer este governo nefasto nas próximas eleições”, completou.

LULA E ALCKMIN

Em seu discurso, Lula criticou o governo de Bolsonaro, denunciando que o atual presidente não “respeita as instituições”.

“Nós temos um presidente que não tem sentimento, nós temos um presidente que não respeita as instituições. Ele não respeita a Câmara, não respeita o Senado, não respeita a Suprema Corte, não respeita sindicato, não respeita quilombolas, não respeita mulher, não respeita LGBT, não respeita ninguém. Não conversa com governador, não conversa com prefeito, ele só sabe conversar com seus comparsas milicianos, e contar sete mentiras todo dia”, afirmou Lula.

Lula declarou que, se eleito, acabará com a “podridão” do “orçamento secreto” no Congresso.

“Na verdade, hoje os ministros para liberar, para pedir dinheiro, não ligam mais para o presidente, não ligam mais para o Ministério do Planejamento. Ligam para o presidente da Câmara, que ele vai liberando os pouquinhos de emenda”, disse.

Ele voltou a condenar os preços atrelados ao dólar que fazem disparar a inflação e a carestia dos alimentos. O ex-presidente disse que os preços não podem estar atrelados ao dólar porque os brasileiros recebem salários em reais e não na moeda norte-americana.

“Na crise econômica de 2008, o barril do petróleo chegou a US$ 147, e a gasolina, para você colocar no seu carro, era apenas R$ 2,60 porque não tem nada de dolarizar o preço do combustível, nada de dolarizar o preço do gás, o preço do óleo diesel, porque o custo com a Petrobras é em real, o salário do trabalhador é em real, o custo da prospecção é em real. Então, esse negócio de dolarizar é para juntar mais dinheiro, para pagar mais dividendo para o acionista, sobretudo os acionistas de Nova York”, declarou.

Sobre a aliança com Geraldo Alckmin, Lula rebateu as críticas e disse que a união com o ex-governador de São Paulo representa “compromisso com este país e compromisso com o povo brasileiro”.

“De vez em quando, Alckmin, alguém fala: ‘Ah, mas o Lula e o Alckmin já divergiram. Por que eles agora estão juntos?’ Porque isso chama-se política. Isso chama-se maturidade. Isso chama-se compromisso com este país e compromisso com o povo brasileiro”, disse Lula.

Alckmin, em seu discurso, comentou que ele e Lula se defrontaram em eleições (ambos disputaram o segundo turno em 2006), mas sempre “dentro da regra democrática”.

“Hoje estamos unidos por um dever. A política é aliada ao interesse público, ao interesse das pessoas, que é mudar o Brasil, recuperar este país”, afirmou Alckmin.

“É inaceitável que tenhamos um governo que despreza a vida humana, que enquanto o povo sofre está fazendo motociata, andando de moto, gastando e torrando dinheiro público, andando de jet-ski, com o povo desempregado, sofrendo, com saudade da tortura e da violência. Não, não se constrói um país assim”, continuou Alckmin.

MOLDAR ESPAÇO PARA AVANÇAR EM PROJETOS DO PSB

Com a vice-presidência de Alckmin, o presidente do PSB anunciou que planeja moldar espaço para avançar em projetos do PSB de curto, médio e longo prazo. “Seria um desenvolvimento emancipatório, onde se pensa em aproveitar todas as suas potencialidades, que são imensas, e ao mesmo tempo distribuir essas riquezas”, descreveu Siqueira.

A fala se deu na presença tanto da militância do partido quanto de lideranças do PT, entre eles a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (PT-MG).

Também estiveram presentes os governadores do PSB, Renato Casagrande (ES), João Azevedo (PB), Paulo Câmara (PE), Carlos Brandão (MA), além do prefeito do Recife, João Campos, e o líder do partido na Câmara, deputado Bira do Pindaré. O ex-governador Flávio Dino também compareceu.

O PT formou federação com PCdoB e PV. Todavia, o PSB já decidiu por uma coligação com o PT e a indicação do vice na chapa do PT é indicativo de que isso não deverá ser problema para os entendimentos entre a legenda e a federação.

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