Sinpro Santos: Cotas são necessárias para avançar na luta por igualdade de direitos e oportunidades

Com a volta do presidente Lula ao poder, retornam com mais força as discussões sobre os direitos de todas as pessoas terem uma vida digna no país. Justamente porque nos últimos quatro anos, esses temas foram tratados como “mimimi” de esquerdista, prevalecendo apenas os direitos dos ricos e muito ricos, essencialmente brancos e ditos héteros – por Marcos Aurélio Ruy, jornalista.

Mas não só nesse período. Quando o presidente Lula assumiu em 2003 e trouxe à tona o debate sobre cotas sociais e raciais nas universidades federais, a gritaria foi geral. Porque a elite branca e racista não aceita perder os seus privilégios de sempre.

Agora as discussões retornam porque a Lei de Cotas – Lei 12.711/2012 – completou dez anos no ano passado e está em fase de revisão. A luta promete ser dura porque a elite não se dá por vencida e através de seus porta-vozes da mídia não aceitam ver pobres, pretos, pardos e indígenas nos bancos universitários, assim como nunca quis ver a empregada doméstica ao seu lado no avião.

As questões de raça e de gênero são tão fundamentais para o país se tornar mais justo e igual. Como disse o historiador, jornalista e escritor José Carlos Ruy (1950-2021) as cotas são essenciais para tratar desigualmente os desiguais e atingir a igualdade no futuro.

Os resultados dessa lei são contundentes, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2019, 50,3% dos estudantes de universidades federais se reconheciam como pretos ou pardos, ultrapassando pela primeira vez o número de brancos.

Como disse a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco à BBC News, em janeiro, “A gente precisa fortalecê-la (Lei de Cotas), primeiramente, conversando sobre ela, trazendo para dentro do ministério, por exemplo, uma secretaria que vai falar de política e das ações afirmativas”, portanto, “vamos ter diálogo com pessoas que pesquisam o assunto, que debatem e que tratam disso” e “no Congresso, a gente vai precisar dialogar com todos. Não tem jeito. As cotas não vão ser um assunto que vai somente contemplar pessoas que votaram no atual presidente”.

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