#VaiTerCopa: Qual o saldo para além das quatro linhas?

Três milhões e 600 mil empregos. Esse é o montante aproximado de postos de trabalho gerados desde 2010 no Brasil pela Copa do Mundo que se inicia dentro de poucos dias. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), até 2019, a Copa irá agregar R$ 183 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com R$ 33 bilhões de investimentos em infraestrutura, R$ 5 bilhões de incremento no consumo das famílias desde 2010 até este ano e R$ 4,6 bilhões de acréscimos em saúde e segurança indiretamente por causa da realização do mundial de futebol.

Além disso, depois de um ano e meio de debates entre governo federal, movimento sindical e setor patronal, foi assinado no mês passado no Palácio do Planalto o Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Copa do Mundo 2014. O acordo, que vale até 31 de agosto, pretende garantir trabalho decente durante a Copa. Em outras palavras: que todos os empregos que forem criados durante a Copa nos setores hoteleiro e gastronômico sejam com carteira assinada e todos os direitos trabalhistas existentes.

Contudo, nem tudo são flores e os preparativos para a realização do grande evento também foram marcados por episódios negativos, como a morte de nove operários na construção dos estádios que vão sediar os jogos. Além disso, nos últimos meses, aumentaram as denúncias de violação de direitos humanos, envolvendo despejos e remoções forçadas, questões que atingem trabalhadores. Apesar disso, para as centrais sindicais CUT e CTB, a expectativa é de que o saldo final seja positivo.

“A Copa, sem sombra de dúvidas, não solucionará os problemas cruciais do Brasil. Entretanto, a Copa também serve como fator fundamental para que o governo busque concentrar numa nova orientação. Nossa luta é por um novo projeto de desenvolvimento que tenha na sua centralidade a valorização do trabalho e do trabalhador”, afirmou à Contee o presidente da CTB, Adilson Araújo.

“O povo brasileiro é apaixonado por futebol. O mundo inteiro quer realizar a Copa do Mundo. É um evento que traz divisas importantes para o país”, destacou o presidente da CUT, Vagner Freitas. “O que a CUT espera é que fique um legado da Copa: as obras de mobilidade urbana que foram construídas, as obras de infraestrutura… Essas ficam para a sociedade brasileira.”

Da redação

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