Resolução da Educação da CTB

A CTB, que tem nos seus princípios fundante a luta em defesa da educação, participa ativamente de todas as pautas, mobilizações e lutas em defesa da educação pública de qualidade socialmente referenciada.

Não bastasse esse cenário de insegurança epidemiológica, no que se refere à  educação, enfrentamos um cenário difícil: O governo de Jair Bolsonaro, continua golpeando a educação pública. Promove intensos cortes no Ministério da Educação (MEC), em um ano e seis meses de governo já tivemos 3 ministros e o último  empossado pode colocar em risco o princípio da  laicidade do Estado,   as indicações para o Conselho Nacional de Educação (CNE) ferem de morte a representatividade social e deixa de fora a educação básica. Muda a Base Nacional Comum Curricular, impondo uma BNCC baseada em formulações retrógradas, de cunho militarizado e antidemocrático. Além disso,  defende a perseguição a professoras e professores como forma de pressão para impedir a disseminação do conhecimento voltado para o diálogo.

Nesse sentido, trabalha na perspectiva de deixar as universidades públicas à deriva com vistas à privatização e juntamente a isso a destruição da autonomia universitária e dessa forma liquida a possiblidade de um projeto de desenvolvimento soberano e com distribuição menos injusta da riqueza.

Após uma batalha árdua na Câmara Federal, o FUNDEB foi aprovado. Um grande ganho para a educação pública brasileira, pois essa é hoje a nossa principal fonte de recursos  para o financiamento da educação básica. Fruto de um longo processo de construção política, iniciado em 2015, permeado por vários debates e discussões que se intensificaram nos últimos três anos.

A CTB, na defesa incessante da educação pública de qualidade, defendeu a aprovação da  PEC 15/2015 e o texto do substitutivo apresentado pela relatora, a Deputada Dorinha Seabra Rezende, que tem como objetivo tornou o FUNDEB- Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica permanente na Constituição Federal,  ampliou a complementação da União e a subvinculação destinada à remuneração dos profissionais da educação dentre outros. A luta não acabou, uma vez que ainda teremos a batalha pela aprovação  Senado Federal.

Outro grave problema que afeta drasticamente a educação pública com a quarentena é o ensino remoto de apoio pedagógico aplicado em vários estados sem nenhum diálogo com as educadoras e educadores, causando grandes transtornos aos profissionais e aprofundando de forma intrínseca as desigualdades socioeducaionais.

Com o quadro de crescimento avassaladora da pandemia com grande número de contaminados e de vítimas fatais no país, sem vacina, com o Sistema Único de Saúde (SUS) colapsado, a falta de testagem em massa e a forte possibilidade das crianças se tornarem transmissores do vírus é temerário o retorno às aulas presenciais. Principalmente porque a rede de ensino pública estadual e municipais não reúnem as condições determinadas pela OMS e pelos cientistas para impedir a contaminação dessas crianças e jovens nas escolas.

Diante dessa conjuntura, reiteramos a defesa da educação pública em contraponto a todas as formas de preconceito étnico-racial, etário, de classe, de orientação sexual e geracional, entre outros. Reafirmamos a luta pela liberdade de expressão no processo pedagógico e pele liberdade de aprender e ensinar, bem como o combate à perseguição e à criminalização do magistério. Assim,  os educadores e educadoras cetebistas, propõem  os seguintes encaminhamentos:

I – Continuar a luta em defesa da educação pública e gratuita voltada para os interesses nacionais e populares e a regulamentação do setor privado da educação com valorização dos trabalhadores e das trabalhadoras;

II- Continuar a luta pela aprovação do Novo FUNDEB no Senado e da lei de regulamentação e construir uma ampla mobilização nacional para que seja aplicado em todos os estados, DF e municípios da federação;

III- Lutar para  a construção de uma política pública que inclua desenvolvimento de plataformas gratuitas e cursos para os trabalhadores e trabalhadoras  terem domínio da tecnologia;

IV- Continuar a luta contra os grandes grupos educacionais mercantis que focam no lucro e aproveitam da  pandemia para lucrar com a aplicação do trabalho remoto, nesse difícil momento de crise sanitária;

V- Continuar a luta pela regulamentação do ensino privado que assegure o compromisso com uma educação de qualidade com respeito à diversidade brasileira, sem  propagação de preconceitos;

VI-  Organizar com as entidades da educação, dos movimentos estudantis, das  centrais sindicais dos movimentos sociais a resistência e defesa da educação pública, gratuita e de qualidade socialmente referenciada nos interesses nacionais e populares;

VII- Lutar pela revogação da Emenda Constitucional 95, que congela por 20 anos os salários e os investimentos nas áreas sociais, prejudicando os serviços públicos de uma forma geral, principalmente a educação e a saúde;

VIII- Defender que a retomada das aulas presenciais  só se deem em situação de plena segurança sanitária, quando tivermos um efetivo controle da pandemia(taxa de contágio) e a garantia de condições efetivas de biossegurança, conforme orientações da OMS que se traduzirão em protocolos seguros, com a efetiva implementação da infraestrutura necessária. Defender a vida acima de tudo;

XI- Lutar pela formação inicial e continuada dos profissionais da educação com carreira estabelecida, jornada e piso salarial compatíveis com a formação;

X – Ampliar e fortalecer a participação da CTB nas redes municipais e estaduais da educação, como formas de aumentar o número de sindicatos filiados à CTB;

XI- Defender a gestão democrática e paritária da educação fortalecendo a participação nos conselhos de educação em todas esferas federativas, nos fóruns de educação, bem como exigir e fiscalizando o cumprimento dos planos decenais de educação em acordo com as normas do Plano Nacional de Educação. Combater a transferência da gestão  e execução da Educação Pública para OSs;

XII- Defender as universidades públicas, o aumento de vagas, bem como o fortalecimento e efetivação do tripé “ensino, pesquisa e extensão”;

A educação pública democrática, inclusiva e de qualidade social é um direito humano, determinado pela Constituição de 1988.  A educação pública garante um desenvolvimento soberano do país e elevar a consciência de cidadania da população, fatores cruciais para a construção de uma sociedade baseada no conhecimento e na liberdade.

Em defesa da vida! Fora Bolsonaro!  Vidas importam!

Vida longa à CTB!

Sempre firme na luta!

CTB

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