CONTEE critica conglomerados educacionais na CPI do ensino superior

A coordenadora-geral da CONTEE, Madalena Guasco Peixoto, foi ouvida nesta quarta-feira, 28/9, pela CPI do Ensino Superior Privado, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP). A dirigente afirmou aos deputados estaduais paulistas que a presença de conglomerados econômicos, em acelerada formação, e o processo de desnacionalização das instituições privadas no Brasil desencadeiam problemas da maior gravidade para a qualidade da educação no país.

“O capital especulativo quer valorizar suas ações no mercado financeiro para dar lucro aos seus acionistas. Não estão preocupados com a melhoria dos quadros brasileiros. Pior que isso, quando desnacionalizado, o capital não se importará com o crescimento de nenhuma nação soberana”, afirmou.

Para ela, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) significou um avanço para algum controle dessas instituições, mas ainda é insuficiente, pois é preciso regular o ensino privado no Brasil. “Elaboramos uma proposta de reforma do ensino superior, que redundou no Projeto de Lei 7.200/2006, que limita a 30% a participação de capital estrangeiro nas instituições de ensino. O projeto, porém, está parado no Senado”, disse.

Respondendo a pergunta do deputado Simão Pedro (PT) sobre a situação dos trabalhadores nas instituições privadas, a coordenadora da CONTEE disse que, em várias regiões do Estado, ao professor sobra a possibilidade de trabalhar no máximo em duas instituições, referindo-se, a propósito, à recente compra da Uniban Brasil pela Anhanguera Educacional. Ela afirma que a formação de conglomerados e a desnacionalização das empresas têm consequências sobre as relações de trabalho e dificultam a organização dos trabalhadores. “Muitas vezes o professor dá aula em Mato Grosso do Sul, mas se reporta ao RH da instituição sediada em São Paulo”.

Vitor Sapienza (PPS) considerou a gravidade do diagnóstico feito e sugeriu que a CONTEE pressione o Congresso Nacional para que instale CPI para investigar os problemas.

Fonte e Foto: ALESP, com informações da redação

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