‘Genocídio’: mundo reage a ataque bárbaro de Israel a hospital em Gaza

Ao menos 500 palestinos morreram em ataque a hospital. E pelo menos 6 mil bombas caíram sobre territórios palestinos nos últimos 10 dias

O ataque de Israel a um hospital que resultou em, pelo menos, 500 mortos na Faixa de Gaza foi alvo de protestos pelo mudo. Em 10 dias de ataques, o israelenses já despejaram ao menos 6 mil bombas em território palestino. Os mortos ainda são incertos. Estima-se que, ao menos, 4.500 já morreram, sendo mais de mil crianças.

Os ataques dessa terça-feira (17) atingiram o histórico Hospital Al-Ahli Arab, além de uma escola da Organização das Nações Unidas (ONU). O incidente no hospital provocou uma escalada de tensões na região e provocou reações no mundo. O Ministério da Saúde de Gaza atribuiu o ataque a Israel (que negou autoria), enquanto contabiliza os mortos. Em um gesto de solidariedade às vítimas do ataque, diversos países e líderes ao redor do mundo manifestaram sua indignação e preocupação, condenando o ocorrido.

Reações

A Arábia Saudita, maior poder militar da região e grande potência econômica, classificou a ação como “um crime hediondo israelense”. De fato, de acordo com convenções internacionais assinadas, inclusive, por Israel, atacar hospitais é crime de guerra. Contudo, esta não é a primeira vez. A Autoridade Nacional Palestina, do presidente Mahmoud Abbas, decretou luto nos territórios palestinos e classificou a ação de Israel como “genocídio”.

Ainda no Oriente Médio, o Catar condenou a ação israelense e disse que a região passa por “uma escalada perigosa” de violência. O Egito, por sua vez, que faz fronteira com Gaza, classificou a ação de Israel como “violação perigosa do direito internacional humanitário”. Já os Emirados Árabes Unidos, da capital Dubai, condenou Israel e pediu “respeito ao direito humanitário”.

O Irã, por sua vez, subiu o tom contra Israel. “Um crime de guerra selvagem”, afirmaram autoridades. A Turquia também manifestou indignação. O governo de Recip Tayyip Erdogan disse ser “um exemplo de ataque desprovido de valores humanos mais básicos (…), um ataque bárbaro”.

Medidas urgentes

A ONU, por meio do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), o etíope Tedros Adhanom Ghebreysus, disse “condenar fortemente o bombardeio ao hospital Al Ahli Arab”. No Conselho de Segurança da ONU, comandado neste mês pelo Brasil, o ataque deve fazer ganhar força a proposta do governo Lula por um cessar-fogo.

Enquanto isso, o presidente da Federação Árabe Palestina no Brasil, Ualid Rabah, apelou para ações mais duras do Itamaraty. Ele pediu uma postura, assim como a do governo da Colômbia, do presidente Gustavo Petro. Rabah classifica as ações de Israel como genocídio e pede o rompimento de relações diplomáticas.

“Nós queremos, nesse momento, enquanto Federação Árabe Palestina do Brasil, pedir ao estado brasileiro, ao governo brasileiro, ao Ministério das Relações Exteriores e ao presidente Lula (PT), que rompam imediatamente com o Estado de Israel, que rebaixem as relações com esse Estado Terrorista e peçam para o seu embaixador se retirar do Brasil. Não é possível que o Brasil faça de conta que não está vendo o que está acontecendo. O que está havendo hoje é um banho de sangue como jamais visto na Palestina Histórica”, disse.

Solidariedade trabalhista em Gaza

Representações sindicais no Brasil também manifestaram solidariedade aos palestinos e repúdio a Israel. O PPSWU (Sindicato dos Trabalhadores dos Serviços Postais na Palestina) integra a Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas (CSP Conlutas) e pede ajuda à comunidade internacional. “Estamos profundamente preocupados, pois a ocupação sionista continua o seu ataque ao povo palestino. Desde o início desta ofensiva em Gaza, há uma semana, mais de dois mil civis palestinos foram assassinados e milhares de outros ficaram feridos em Gaza e na Cisjordânia”, afirmam.

“Os civis palestinos estão injustamente sujeitos a um duro cerco genocida, enquanto a resposta da comunidade internacional continua a ser inadequada e cúmplice dos crimes cometidos pelo apartheid de Israel e pelas suas forças de ocupação. À luz destes crimes contra o nosso povo, apelamos aos sindicatos e às organizações populares e da sociedade civil de todo o mundo para que se solidarizem com o povo palestino e exerçam pressão sobre os governos de todo o mundo para que ponham fim a este genocídio em curso”, completam.

Por fim, eles apelam à comunidade global. “O Sindicato dos Trabalhadores dos Serviços Postais na Palestina implora à comunidade global que se junte a nós para pôr fim a esta agressão fascista e apoiar a liberdade, a paz, a segurança e a estabilidade do povo palestino. É importante lembrar que a violência só gera mais violência. O PPSWU gostaria de agradecer aos sindicatos e ativistas que estão a lutar pela Palestina em todo o mundo.”

Da Rede Brasil Atual

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