No Dia Mundial de Combate à Aids, álbum histórico em prol da causa ganha audiodocumentário

Projeto Red Hot+Rio completa 25 anos e reúne artista do Brasil e do mundo novamente para marcar o 1º de dezembro

Em 1996, alguns e algumas dos (as) maiores artistas pop do mundo se reuniram em um álbum filantrópico para arrecadar fundos destinados ao combate à aids. O disco Red Hot + Rio trazia nomes como George Michael, Sting, Crystal Waters e Marisa Monte, em canções especialmente criadas ou cedidas para o projeto.

Agora, décadas depois, a ação ganha uma série de podcasts, que refletem sobre cultura, arte, ativismo musical, desafios sociais e traçam um paralelo entre a epidemia do HIV e a crise global do coronavírus.

“25 anos depois do projeto e 40 anos depois do primeiro caso de aids no Brasil, uma nova pandemia vem e, mais uma vez, a música e a cultura surgem como ferramentas para transformar e comunicar”, narra a cantora, compositora e atriz brasileira Caiena, no texto de abertura do audiodocumentário, que recebeu o título de Red Hot + Rio 25.

O roteiro foi criado pelo compositor Pedro Botorin, diretor da CLAV, agência de curadoria e criação de conteúdo com inteligência de dados em música, que produziu o projeto junto com a histórica Red Hot Organization.

Um componente importante une as duas iniciativas: o ativismo musical, elemento presente em todo o processo criativo do álbum Red Hot+Rio, “Um artista é como um megafone”, afirma o produtor musical brasileiro, Béco Dranoff, que junto com o crítico e curador John Carlin, criou o álbum em 1996 e dirigiu a série de podcasts que é lançada hoje, 1º de dezembro, Dia Mundial do Combate à Aids.

Béco foi o responsável por procurar a Red Hot em 1994 com a ideia de produzir um tributo à Bossa Nova de Tom Jobim, com os lucros revertidos para a luta contra o HIV. Ele já atuava no mercado musical brasileiro e levou para o projeto grandes artistas nacionais, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Bebel Gilberto, Chico Science entre outros.

“Nos anos 80 e 90 a grande epidemia era a da aids. Era basicamente uma sentença de morte. Não havia tratamento, havia preconceito, atingia camadas de pessoas excluídas da população. Tem muitos elementos parecidos com a situação atual”, conta Béco. Essa coincidência trágica amplia ainda mais o simbolismo do aniversário de 25 anos de lançamento do álbum.

Além da celebração ao álbum, o projeto propõe uma reflexão importante sobre a importância da arte e da cultura em momentos trágicos da humanidade. “Fela Kuti, o grande artista nigeriano, já dizia que a música é uma arma de transformação. Eu tenho certeza que a música e a arte são as grandes armas de transformação”, conclui Dranoff.

Os três episódios do áudio documentário estão disponíveis em vinte plataformas de streaming de áudio. Para ouvir, pesquise pelo título Música e Ativismo: 25 anos do Red Hot + Rio nos campos de busca.

Brasil de Fato

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