Plebiscito Popular busca unir movimentos pelo fim da escala 6×1 e taxação de super-ricos

Nivaldo Santana e Igor Felipe Santos destacam estratégias de mobilização, desafios políticos e o papel educativo do plebiscito para fortalecer a agenda progressista no Brasil

Divulgação

No programa Entrelinhas Vermelhas , transmitido nesta quinta (12), os debatedores Nivaldo Santana (secretário sindical nacional do PCdoB) e Igor Felipe Santos (militante do MST), ambos membros da Coordenação Nacional do Plebiscito Popular, detalharam os objetivos do plebiscito lançado em abril deste ano. A busca iniciativa mobilizar a sociedade por meio de duas perguntas centrais:

– Redução da jornada de trabalho sem redução salarial e fim da escala 6 por 1;
– Taxação dos super-ricos (acima de R$ 50 mil mensais) para isentar imposto de renda de quem ganha até R$ 5 mil.

Segundo Igor, o plebiscito não tem validade legal, mas é um instrumento de debate, conscientização e organização da classe trabalhadora. “É um processo político e pedagógico para dialogar sobre grandes temas”, explicou, destacando que as perguntas foram escolhidas por seu apelo popular e capacidade de união de movimentos sociais, sindicatos e partidos.

Assista a íntegra das entrevistas

Para alcançar milhões de brasileiros, o plebiscito combina métodos tradicionais e tecnológicos:

– Votação presencial: Com urnas físicas em locais de trabalho, estudos, lazer e compras, priorizando o diálogo direto.
– Materiais analógicos e digitais: Jornais, adesivos e redes sociais para divulgar as pautas.
– Formação de multiplicadores: O curso nacional em Praia Grande (SP), que reuniu 200 militantes de 25 estados, treinou ativistas para organizar a votação em suas regiões.

Nivaldo Santana ressaltou a importância de descentralizar a ação: “Precisamos de comissões em bairros, universidades e roupas para garantir escala. O plebiscito começa em 1º de julho, mas ganhará força na Semana da Pátria (1º a 7 de setembro), quando toda a militância sairá às ruas”.

Desafios políticos: enfrentar a direita e superar fragmentações

Os entrevistados consideraram que o campo progressista enfrentou obstáculos:

– Fragmentação de lideranças: A necessidade de unificar vozes dispersas em diferentes frentes.
– Resistência institucional: A imprensa tradicional e os setores empresariais influenciam a opinião pública contra pautas progressistas.
– Infiltração da direita nos espaços sociais: Nivaldo destacou que a extrema-direita “disputa a classe trabalhadora nas igrejas evangélicas”, usando temas morais para desviar o foco de questões econômicas.

Para contrapor isso, o plebiscito busca alianças com pastorais sociais, escolas de samba, torcidas organizadas e coletivos culturais. Igor enfatizou: “O objetivo é retomar e fortalecer os vínculos das organizações com a classe trabalhadora, criando uma base sólida para enfrentar a direita”.

Papel educador do Plebiscito: conscientização e formação política

Além da mobilização, o plebiscito tem um componente educativo. Segundo Nivaldo, ele visa “desenvolver a consciência política, tratando problemas que passam despercebidos no dia a dia”. Exemplos incluem:

– Desconstrução de narrativas conservadoras: Combate discursos que criminalizam os pobres ou defendem privatizações.
– Dialogar com setores não engajados: O movimento Vida Além do Trabalho, que combate a escala 6 por 1, já mostrou que é possível atrair a atenção da juventude e da classe média.

Igor destacou a importância dos cursos de formação: “Nosso objetivo é que os militantes voltem aos estados com ferramentas para organizar o plebiscito e debater as pautas com profundidade”.

De mutirões a uma nova visão de forças armadas

Até setembro, os organizadores planejam mutirões para divulgar o plebiscito em todo o país:

Logística nacional: Com coordenadas estaduais e secretarias operacionais para garantir unidade metodológica.
Parcerias estratégicas: Diálogo com evangélicos, povos de terreiro e movimentos culturais para ampliar o alcance.
Nivaldo concluiu: “Vivemos um período de relativo refluxo na mobilização social, mas o plebiscito pode ser uma virada. Se conseguirmos unir milhões em torno dessas pautas, mudaremos a clareza de forças no país”.

Um projeto de longo alcance

O plebiscito popular não é apenas uma campanha, mas parte de uma estratégia de longo prazo para reconstruir o movimento popular brasileiro. Enquanto a direita avança com narrativas simplistas, o desafio do campo progressista é provar que suas propostas são soluções reais para os desafios do trabalho, da desigualdade e da participação cidadã. Como resumiu Igor: “Não queremos ser fatalistas, mas o plebiscito reúne condições de transformar a conjuntura”.

Do Vermelho

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