Presidente do Sinpro Minas lança livro nesta quinta (7/11)

O livro Desvendando Minas: descaminhos do projeto neoliberal é uma obra de intervenção. Foi pensado para provocar reflexão e ação em seus leitores. A trajetória do tempo recente é percorrida dentro de “nuvens”; por isso os efeitos da turbulência são permanentes – partir do presente tirando as vendas do passado, lançando-se assim a abrir caminhos para o futuro.

No plano teórico, o ponto de vista da crítica, não deve hoje ter limites; não deve aceitar barreiras; deve saltar para frente, superando e negando todas as provas factuais que lhe serão continuamente exigidas pela covardia intelectual.

Para o pensamento crítico em Minas Gerais, voltou o momento da descoberta. O tempo da repetição, da banalidade erigida em discurso sistemático, está definitivamente terminado.

Aquilo de que precisamos de novo, desde o princípio, é uma férrea lógica que tenha lado, uma coragem empenhada para si e uma capacidade de apontar caminhos para os outros, pelo e para além do seu aparato de crítica.

O conjunto de textos que se agrupam cada um vão desmontando, “abrindo caminho com a machadinha afiada da razão”, as Minas Gerais do agora, sem opacidades e encobrimentos das possibilidades do vislumbre de um outro caminho, que só pode ser se guiado por outra via e de outra modernidade.

Das salas de aula ao chão das fábricas, do sistema prisional às ruas da cidade capital, temos em cada texto deste livro um fragmento que vai estabelecendo a construção de uma caixa de ferramentas necessária para forçar as frestas do discurso e consenso que se assentou na última década, para tanto, o necessário “dar combate à mistificação em sua própria casa”, é a linha de conduta dos textos.

Segue-se o aprofundar da crítica dos dispositivos que foram montados para este consenso: gestão, eficiência, governo técnico, resultados; demolir esta narrativa para dela extrair categorias, sua origem e justificação e a luz das contradições expostas, apresentá-la a disputa dos rumos que correspondam às exigências do nosso tempo – liquidação progressiva, mas rigorosa, do poder de escolhas e de domínio sobre a vida da sociedade por parte das camadas dominantes, o que só será real se determinar a afirmação em crescendo do poder de escolha e da hegemonia de um poder público democrático, isto é, fundado no consenso e no apoio nas grandes massas trabalhadoras e populares.

Pensar a crítica e a superação tem sido tarefa inglória. Até a universidade e a intelectualidade se estabeleceram sobre novos patamares, de horizonte curto e conservador, limitado à ambiência do bom-tom acadêmico que reproduz o mundo exatamente como ele está. Era preciso captar a teoria política crítica no patamar mais alto no qual foi abandonada nas últimas décadas, para, a partir dela, avançar. É necessário falar o inesperado e o angustiante num mundo no qual a angústia existe e é cada vez maior, mas não sabe o que falar nem tem voz.

Minas Gerais precisa de um novo rumo, de uma ruptura com a atual orientação dominante, de um projeto de mudanças que seja capaz de promover o estabelecimento de um novo papel do Estado, capacitando-o para exercer uma intervenção reestruturadora, abrangente e continuada.

Podemos inaugurar esse novo período; se nós podemos, logo devemos

Sérgio Danilo Miranda Rocha – Secretário Geral da Fundação Maurício Grabois (Seção Minas Gerais)

Do Sinpro Minas

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