Se comparada com a de Bolsonaro, a entrevista de Lula à Globo…

Próximo round: debate na Band neste domingo. A não ser que um deles prefira perder por W.O.

A avaliação da entrevista de Bolsonaro ao Jornal Nacional piorou muito depois da entrevista de Lula ao Jornal Nacional. Bolsonaro passou boa parte dos 40 minutos na defensiva, traindo seu desconforto a cada pergunta que lhe faziam. Salvo no início, quando deu sinais de nervosismo ao falar sobre corrupção, Lula nadou de braçada o resto do tempo.

Bolsonaro se esforçou para parecer calmo. Ele costuma ser um bom ator quando se sente à vontade. Lula estava relaxado, bem-humorado, e até debochou de William Bonner duas ou três vezes, mas de maneira simpática.
Bolsonaro tentou, mas não conseguiu impor o seu discurso, fosse ele qual fosse. Em alguns momentos, mostrou-se impaciente.

Lula impôs o dele – o homem experiente que governou duas vezes o país e que quer voltar a governar para fazer o que não fez. Bolsonaro não dirigiu a palavra às mulheres nem aos eleitores das classes D e E, os segmentos que mais resistem aos seus encantos. Lula mirou nos indecisos e naqueles que ainda admitem votar em um candidato nem-nem – alternativa a ele e a Bolsonaro.

Em suma: Bolsonaro falou aos convertidos, confiando que o pacote de bondades do governo conquistará os votos que lhe faltam. Lula falou para os de fora de sua bolha, socorrendo-se de Geraldo Alckmin para assegurar que o candidato do centro é ele. Ao fim da entrevista de Bolsonaro, um dos seus assessores sussurrou a um repórter de O Globo: “Sobrevivemos”.

Ora, por que Bolsonaro estaria ali apenas com a esperança de sobreviver? Não tinha como provar que fez um bom governo? Assessores de Lula disfarçaram a euforia com os resultados da entrevista. Janja, a primeira-dama do candidato, não disfarçou. À pergunta sobre onde Lula iria jantar ela respondeu com uma ponta de ironia: “Não vai querer jantar, já está satisfeito”.

De fato, Lula jantou Bolsonaro. Que talvez por isso compareça neste domingo ao debate na Band para dar-lhe o troco.

Metrópoles

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