Sinpro-Rio: Protesto de estudantes em shopping paulistano

Quarta-feira, 23 de abril, estudantes do Colégio Equipe se manifestaram contra racismo praticado nas dependências do Shopping Pátio Higienópolis, no bairro do mesmo nome de classe média alta, em São Paulo.

A manifestação se deu em decorrência de prática de racismo por parte de seguranças do shopping no dia 17 de abril contra dois adolescentes negros, estudantes daquele colégio. Na ocasião, uma garota branca também da mesma escola foi questionada por uma segurança se os adolescentes negros estavam a incomodando.

De acordo com depoimentos, já é uma prática do corpo de segurança daquele shopping seguirem negros e negras quando estes entram no local.

A denúncia deste tipo de crime já foi feita em 2022 e 2017. Há três anos, jovens negros foram seguidos por seguranças numa loja de eletrodoméstico daquele ponto comercial.

Em 2017, Enio Squeff foi questionado por uma segurança se o garoto negro de sete anos que estava próximo a eles estava incomodando. O garoto é filho adotivo do casal Enio e Ronie e estudava no Colégio Sion, nas proximidades do Pátio Higienópolis.

O shopping foi denunciado na Justiça, sendo processado, condenado a ressarcimento financeiro e obrigado a adotar práticas contra o racismo, orientando e dando curso de direitos humanos aos seus funcionários.

Leiam relatos do pai:

(…) Enquanto tomava chá com meu filho de sete anos no Shopping Higienópolis, fui surpreendido por uma segurança mulher que me perguntou se a criança, à minha frente, estava me incomodando. Surpreso, inquiri-a sobre razão de seu questionamento. Ela explicitou: tinha ordens de não deixar “pedintes crianças” molestar a quem quer que fosse no Shopping. Não precisou explicar mais nada.

Meu filho é negro; e estava com um abrigo do colégio Sion. Como eu lhe questionasse para o fato de ela ver pele e não o uniforme, quem se chocou, então, assustada, foi a moça travestida de segurança. Eu que a desculpasse, ela não tinha tido a intenção de me ofender. Para corroborar a extensão de seu pedido de perdão, afirmou-me que ela também era negra -, e sua pele não a desmentia; mas que recebia ordens.

Insisti: com o que a direção do Shopping tinha lhe dado ordens de expulsar meninos negros do sagrado local de Higienópolis, era isso? Não prossegui. Ao seu terceiro ou quarto pedido de desculpas, disse-lhe que se alguém devia desculpas era ela para si mesma e para sua família. (…) E que se era para encobrir o racismo de seus patrões – ela que se assumisse a culpa que via imputada na pele de meu filho.”

Portanto, como podemos ver acima e de forma detalhada nos links abaixo do UOL, G1 e do Bem Blogado, já se tornou rotina práticas racistas naquele shopping, mesmo depois de condenado pela Justiça.

Do Sinpro-Rio

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