Sinpro/RS: Nem tudo é alegria na educação infantil, alerta campanha do sindicato

A ação foi construída a partir das crescentes denúncias e relatos de maus-tratos e adoecimento dos docentes desse nível de ensino

O Sindicato dos Professores (Sinpro/RS) lança campanha para chamar a atenção da sociedade gaúcha sobre as contradições entre as aparências de um mundo colorido, de fantasia e de sonhos, utilizado tanto nos nomes das escolas de educação infantil, quanto na decoração de suas paredes e no marketing, com a dura realidade vivida pelas professoras que atuam em escolas de educação infantil exclusiva.

A ação foi construída a partir das crescentes denúncias e relatos de maus-tratos e adoecimento dos docentes desse nível de ensino, somados a uma questão histórica da categoria, que é a baixa remuneração.

“Trata-se de uma campanha de alerta”, explica Cecília Farias, diretora do Sindicato. “O primeiro contato com a escola para a maioria das pessoas se dá na educação infantil, primeira etapa da educação básica, e se o professor dessa fase não for reconhecido e valorizado, as coisas já começam mal.”

A campanha, apresentada publicamente no dia 7 de julho, em evento em Porto Alegre para autoridades, integrantes dos conselhos estadual e municipais, representantes de entidades ligadas à educação e professores, se utiliza de relatos reais de professoras que foram vítimas de assédio moral, pressão excessiva e até mesmo humilhações por parte das proprietárias das escolas.

As denúncias foram recebidas pelo Núcleo de Apoio ao Professor Contra a Violência (NAP) do Sinpro/RS.

“As professoras são tratadas com desrespeito, desconsideração e, por vezes, até com agressividade. A sensação que elas têm, e que a gente acaba tendo, é que a dona da escola – que é como são chamadas, quando deveriam ser diretoras – se sente com o direito de fazer a gestão de uma forma desrespeitosa”, observa Cecília.

Segundo a sindicalista, a remuneração da educação infantil é muito menor do que nos demais níveis de ensino. “É importantíssimo que se denunciem as condições precárias e de baixos salários que essas profissionais enfrentam nas escolas de educação infantil.”

Ela é enfática ao distinguir que “esse quadro diz respeito às escolas que trabalham exclusivamente com educação infantil”.

Um dos enfoques da campanha é que “a educação não começa bem quando as professoras da educação infantil ganham mal e são desrespeitadas”, diz o publicitário Fernando Waschburger, da D3 Comunicação, agência que desenvolveu as peças publicitárias. “A ideia é mostrar que nem tudo é alegria nas escolas de educação infantil”, define o publicitário.

A campanha será veiculada em rádios e nos veículos de comunicação do Sinpro/RS, além de contar com distribuição de materiais informativos para a população.

Assista abaixo ao primeiro vídeo, já em circulação nas redes sociais do Sindicato.

Do Sinpro/RS

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