Sinpro/RS: Debate discutirá as perspectivas para o Brasil e os brasileiros

Para entender que país se desenvolverá – ou restará – após o pleito eleitoral deste ano, quais propostas de país e de nação estarão em disputa e as perspectivas de mudança na composição da Câmara Federal e do Senado, o Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS) organizou o debate Perspectivas para o Brasil e os brasileiros que será realizado no dia 18 de agosto, das 9h às 14h, no Hotel Embaixador, em Porto Alegre.

O debate terá como painelistas os cientistas políticos Aldo Fornazieri, Gláucia Campregher e Benedito Tadeu César, do jurista Lênio Streck e dos jornalistas Alceu Castilhos e Juremir Machado da Silva e será dividido em dois painéis: Os candidatos à presidência da República e os projetos de Brasil; e Congresso Nacional: composição e limites de sua renovação. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site do evento(https://eventos.sinprors.org.br/debate). As vagas são limitadas.

“Em um momento de ceticismo e desinteresse crescentes em relação à política, convidamos a categoria dos professores, os estudantes e a sociedade à reflexão sobre a importância do processo eleitoral. Queremos que as pessoas se manifestem por meio do voto consciente e, para além da biografia e da publicidade de cada candidato, que o eleitor possa, a partir do debate, identificar os reais projetos que cada um deles representa”, ressalta o diretor Marcos Fuhr, dirigente do Sinpro/RS.

O debate tem o apoio das entidades dos trabalhadores em educação – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Federação dos Trabalhadores do Ensino Privado do Estado do Rio Grande do Sul (Fetee/Sul), Sindicato dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato), Sindicato dos Professores do Ensino Privado de Caxias do Sul (Sinpro/Caxias), Sindicato dos Professores do Ensino Privado de Ijuí (Sinpro/Noroeste) e da Associação dos Docentes da Ufrgs (Asdurgs); das entidades dos estudantes – União Nacional dos Estudantes (Une), União dos Estudantes Dr. Juca (UEE Livre RS); e da Central Única dos Trabalhadores (CUT/RS).

DEPOIMENTOS PAINELISTAS

ALDO FORNAZIERI

“Se o Brasil é um país sem presente por conta de todos os males que assolam o povo – desemprego, falta acesso aos serviços de saúde, falta de educação, salários baixos, falta de cultura e de lazer, pobreza, preconceitos, falta de direitos, violência etc. – os dados da Revisão 2018 da Projeção da População do Brasil, divulgados pelo IBGE, confirmam que o país não terá futuro”, alerta o professor e coordenador da pós-graduação Globalização e Cultura, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), mestre e doutor em Ciência Política pela USP.

GLÁUCIA CAMPREGHER

“O que está em disputa nas eleições de 2018 são, de um lado, um projeto de nação e, de outro, a retomada do projeto do neoliberalismo global. “O projeto de nação é o desenvolvimentista, pouco robusto e cheio de remendos e, em três diferentes versões – que se confundem, pois todas elas têm elementos que vão do meramente requentado ao mais renovado –, que abarcam as candidaturas do PT, PDT, PCdoB e PSOL. O projeto neoliberal também combina de modo desigual elementos mais entreguistas radicais, na versão pragmática do PSDB, e mais ponderado, na versão mais idealista da Rede. Pretendo expor um pouco do pano de fundo destes dois projetos e o que se pode esperar no caso de vitória de um ou de outro”, adianta a professora, graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Viçosa (MG), com mestrado e doutorado pela Unicamp.

LÊNIO STRECK

Com o painel O papel da Constituição na formatação de um governo – a perda institucional do Direito para a política e a moral, o jurista, mestre e doutor em Ciência Econômica pela Universidade de Lisboa e professor da pós-graduação em Direito da Unisinos irá discorrer sobre governo inconstitucional. “O que fazer quando isso acontece? Por exemplo: a Constituição estabelece que o Brasil é uma República que tem o objetivo de erradicar a pobreza e fazer justiça social. Pode um governo fazer políticas contra esse objetivo?”.

ALCEU CASTILHO

“O painel buscará esmiuçar as relações de poder no Congresso e os conflitos de interesse envolvendo deputados e senadores, especialmente no que se refere à bancada ruralista – que se revelou, em 2016, capaz de derrubar e manter presidentes. A sociedade brasileira acompanha apenas superficialmente o que acontece na Câmara e no Senado e depois se surpreende com as pontas do iceberg. Vamos tentar mostrar o quanto o Legislativo está sendo – e continuará sendo – decisivo para os rumos do país, como responsável direto pela institucionalização de retrocessos”, adianta o jornalista e pós-graduando em Geografia Humana pela USP, autor do livro Partido da Terra, que investiga como os políticos se apropriaram do território brasileiro.

JUREMIR MACHADO DA SILVA

“Acredito que o país que vai emergir das urnas é o mesmo que estamos vivendo, sem qualquer diferença. Salvo erro muito grave de análise, não haverá renovação no Congresso. A minirreforma eleitoral que determina o financiamento das campanhas pelo fundo partidário vai distribuir os recursos só para os caciques. O dinheiro vai todo para a reeleição dos deputados federais para fazer bancada na Câmara Federal”, antecipa o doutor em Sociologia pela Sorbonne, jornalista e pesquisador, coordenador da Pós-graduação em Comunicação da PUCRS.

BENEDITO TADEU CÉSAR

“Na minha exposição, traçarei um quadro da composição político-ideológica do atual Congresso Nacional, mostrando as bancadas informais, os partidos de negócios etc., abordarei como a legislação eleitoral e de campanha possibilita a reprodução dessas bancadas, destacarei a tendência de que esse quadro se modifique muito pouco na próxima eleição e enfatizo como poderemos atuar para alterar esse quadro”, explica o professor, graduado em Ciências Sociais pela Unesp, com mestrado em Antropologia Social e doutorado em Ciências Sociais pela Unicamp e professor associado da Ufrgs – instituição na qual lecionou e coordenou a pós-graduação em Ciência Política.

Por Valéria Ochôa, da Assessoria de Comunicação do Sinpro/RS

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