Uma língua para chamar de nossa

21 de maio é o Dia da Língua Nacional, instituído por conta da criação, em 2006, do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Além de Portugal e Brasil, o português é a língua oficial de outros sete países (Moçambique, Angola, Timor Leste, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe). É a quinta língua mais falada no mundo, a terceira no ocidente e a primeira no Hemisfério Sul. Um patrimônio comum a mais de 260 milhões de falantes.

Tem sido comum na história da humanidade as nações colonizadoras imporem seu idioma nos territórios que conquistam ou dominam. Assim foi com os povos egípcios, gregos e romanos e assim continuou na chamada era dos descobrimentos (ou das Grandes Navegações), entre o século XV e o início do século XVII, quando Portugal, Espanha, Inglaterra e outros países europeus buscaram novas rotas para seu comércio.

À região que hoje forma o Brasil, os portugueses impuseram o seu idioma, mas no território foram adotaram modos de escrever e de falar que passaram a caracterizar o povo aqui formado. A língua nacional brasileira é diferente da língua portuguesa, com influências e contribuições das línguas dos povos que já habitavam as terras antes da chegada dos europeus, e enriquecida com o aporte cultural dos africanos, dos imigrantes e dos próprios migrantes, pois esse entrelace modifica, de forma contínua, a língua, sem perder sua essência.

Segundo a professora Bernadete Bonini, especialista em língua portuguesa e literatura infantil, com nossa fala “podemos nos expressar, seja na forma de emoções seja na forma de sentimentos, afinal quanto mais nos inteiramos de nossa língua mais nos aproximamos e entendemos a nós mesmos e aos outros”.

Fenômeno dinâmico, a língua está sempre evoluindo e se modificando. É vivida e apropriada pela população em cada situação cotidiana. Sua densidade é contextualizada, adaptada a cada circunstância. “O mundo é outro, o País é outro, e a língua não pode ser diferente, muda também; o tempo atual sugere esse sincretismo, a internet e a situação política de liberdade civil veio para cortar caminhos, a comunicação de agora é mais direta”, na opinião do consultor de textos e especialista em língua portuguesa Laércio Lutibergue.

Carlos Pompe

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