20% das redações do Enem passaram por três corretores; Justiça Federal libera acesso às correções
Uma em cada cinco redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi corrigida por três avaliadores – 826.798 textos, 20,1% do total de redações corrigidas. O balanço foi divulgado ontem (3) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela aplicação das provas.
A redação é levada a um terceiro corretor quando a diferença entre as notas dadas pelo primeiro e segundo avaliadores é superior a 200 pontos. Cerca de 100 mil provas, 2,43% do total, ainda foram enviadas à banca examinadora, que é acionada quando a diferença de notas se mantém após a correção pelo terceiro avaliador.
No total, o Inep corrigiu 4.113.558 redações. Segundo o instituto, 1,82% estavam em branco e 1,76% ficaram com nota zero, pois apresentavam texto insuficiente ou cópia do texto motivador, por exemplo.
De acordo com o Inep, os números estão dentro das expectativas previstas nas simulações feitas pelo Centro de
Seleção e Promoção de Eventos (Cespe/UnB), que elabora o exame, e pela comissão de especialistas do instituto.
A nota da redação do Enem é composta por cinco quesitos, de pontuação máxima de 200 pontos cada um, levando a uma nota máxima de 1.000 pontos.
Ainda ontem (3), a Justiça Federal no Ceará que o Inep disponibilize para os alunos que fizeram o Enem 2012 as provas de redação corrigidas e acompanhadas das justificativas da pontuação. O Ministério Público Federal no Ceará e em Alagoas entraram com ação em caráter de urgência para garantir que a redação do Enem 2012 e o espelho da correção pudessem ser acessados pelos estudantes.
A previsão do Inep era disponibilizar a prova a partir do dia 6 de fevereiro, quase um mês depois do encerramento das inscrições no Sistema de Seleção Unificado (Sisu). O sistema usa a nota do Enem como critério para dar acesso às universidades.
Para o procurador da República Marcial Duarte Coêlho, a divulgação em fevereiro traria prejuízo aos estudantes, já que o período de inscrição no Sisu vai de 7 a 11 de janeiro. Ele pede que o Inep adie o prazo de abertura do Sisu, para que os alunos possam ter acesso às suas redações e os critérios que determinaram suas notas antes do início das inscrições.
As ações na Justiça foram provocadas por um documento assinado por oito mil estudantes de todo Brasil, com a queixa de que as notas atribuídas não obedeceram aos critérios de correção expostos no edital. O Ministério da Educação informou que vai recorrer da decisão da Justiça Federal no Ceará.
Com informações da Agência Brasil