Taxa de desocupação é de 14,6% e taxa de subutilização é de 29,3% no trimestre encerrado em maio
A taxa de desemprego bateu em 14,6% no trimestre móvel compreendido entre março e maio, segundo informações divulgadas na manhã desta sexta-feira (30) pelo IBGE. O índice de subutilização da força de trabalho subiu a 29,3%.
As estatísticas indicam que a tímida recuperação da economia registrada no primeiro trimestre do ano ainda não teve maiores repercussões sobre o mercado de trabalho, que continua hostil aos trabalhadores e trabalhadoras. O rendimento médio permanece abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.
Os números divulgados pelo Dieese sobre reajustes salariais em junho também vão no mesmo sentido. Mais de 54% dos acordos e convenções foram fechados com reajustes abaixo da inflação, o que caracteriza arrocho dos salários com a queda dos seus valores reais.
Diferentemente do Caged, o IBGE não registrou aumento das contratações formais. O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 29,8 milhões de pessoas, com estabilidade frente ao trimestre anterior e queda de 4,2% (menos 1,3 milhão de pessoas) frente ao mesmo período de 2020.
Leia abaixo a íntegra da notícia divulgada pelo IBGE
A taxa de desocupação (14,6%) do trimestre móvel de março a maio de 2021 manteve estabilidade em relação ao trimestre de dezembro de 2020 a fevereiro de 2021 (14,4%) e alta de 1,7 p.p. ante o mesmo trimestre de 2020 (12,9%).
Indicador/Período | Mar-Abr-Maio 2021 |
Dez-Jan-Fev 2021 |
Mar-Abr-Maio 2020 |
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Taxa de desocupação | 14,6% | 14,4% | 12,9% |
Taxa de subutilização | 29,3% | 29,2% | 27,5% |
Rendimento real habitual | R$ 2.547 | R$ 2.573 | R$ 2.632 |
Variação do rendimento real habitual em relação a: | -1,0 (estável) | -3,2 (estável) |
A população desocupada (14,8 milhões de pessoas) se manteve estável ante o trimestre terminado em fevereiro de 2021 (14,4 milhões de pessoas) e subiu 16,4% (mais 2,1 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre móvel de 2020 (12,7 milhões de pessoas).
A população ocupada (86,7 milhões de pessoas) cresceu 0,9% (mais 809 mil pessoas) em relação ao trimestre móvel anterior e ficou estável frente ao mesmo trimestre de 2020.
O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) chegou a 48,9%, ficando estável frente ao trimestre móvel anterior (48,6%) e caindo 0,6 p.p. ante igual trimestre de 2020 (49,5%).
A taxa composta de subutilização (29,3%) ficou estável frente ao trimestre móvel anterior (29,2%) e subiu 1,9 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2020 (27,5%).
A população subutilizada (32,9 milhões de pessoas) ficou estável frente ao trimestre móvel anterior (32,6 milhões de pessoas) e aumentou 8,5% (mais 2,6 milhões de subutilizados) em relação ao mesmo trimestre de 2020 (30,4 milhões de pessoas).
A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas (7,360 milhões de pessoas) foi recorde da série histórica iniciada em 2012, com altas de 6,8% (mais 469 mil pessoas) ante o trimestre móvel anterior e de 27,2% (mais 1,6 milhão de pessoas) na comparação anual.
A população fora da força de trabalho (75,8 milhões de pessoas) ficou estável nas duas comparações.
A população desalentada (5,7 milhões de pessoas) ficou estável frente ao trimestre móvel anterior e cresceu 5,5% ante o mesmo período de 2020 (5,4 milhões de pessoas).
O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (5,3%) teve queda de 0,3 p.p. frente ao trimestre móvel anterior (5,6%) e ficou estável ante o mesmo período de 2020 (5,2%).
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 29,8 milhões de pessoas, com estabilidade frente ao trimestre anterior e queda de 4,2% (menos 1,3 milhão de pessoas) frente ao mesmo período de 2020.
O número de empregados sem carteira assinada no setor privado (9,8 milhões) ficou estável ante o trimestre anterior e cresceu 6,4% (mais 586 mil pessoas) frente a igual trimestre de 2020.
O número de trabalhadores por conta própria (24,4 milhões) subiu 3,0% frente ao trimestre móvel anterior (mais 720 mil pessoas) e 8,7% (mais 2,0 milhões de pessoas) na comparação anual.
O número de trabalhadores domésticos (5,0 milhões) ficou estável nas duas comparações.
O número de empregadores (3,7 milhões de pessoas) ficou estável frente ao trimestre móvel anterior e caiu 7,7% (menos 311 mil pessoas) ante o mesmo trimestre de 2020. O número de empregadores com CNPJ (3,1 milhões) é o mais baixo desta série, iniciada em 2016, ficando estável ante o trimestre móvel anterior e caindo 7,8% (menos 259 mil pessoas) na comparação anual.
A taxa de informalidade foi de 40,0% da população ocupada, ou 34,7 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior, a taxa havia sido 39,6% e, no mesmo trimestre de 2020, 37,6%.
O rendimento real habitual (R$ 2.547) ficou estável em ambas as comparações, assim como a massa de rendimento real habitual (R$ 215,5 bilhões).
Taxa de desocupação – Brasil – 2012/2021
No trimestre móvel de março a maio de 2021, a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), estimada em 101,5 milhões, aumentou 1,2% (mais 1,2 milhão de pessoas) ante o trimestre móvel anterior e cresceu 2,9% (mais 2,9 milhões de pessoas) na comparação anual.
Entre os grupamentos de atividades, frente ao trimestre móvel terminado em fevereiro de 2021, houve aumento em Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (3,9%, ou mais 408 mil pessoas). Os demais grupamentos não apresentaram variação significativa.
Ante o mesmo trimestre móvel de 2020, houve aumento nos grupamentos: Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (9,6%, ou mais 770 mil pessoas), Construção (11,8%, ou mais 653 mil pessoas) e Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (5,7%, ou mais 584 mil pessoas). Houve redução no grupamento de Outros serviços (-7,3%, ou menos 322 mil pessoas).
O grupo dos empregados no setor público (12,0 milhões de pessoas), que inclui servidores estatutários e militares, ficou estável nas duas comparações.
O número de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas (7,4 milhões de pessoas) aumentou 6,8% (mais 469 mil pessoas) ante o trimestre anterior e cresceu 27,2% (mais 1,6 milhão de pessoas) frente ao mesmo tri de 2020.
Taxa composta de subutilização – Trimestres de março a maio – Brasil – 2012 a 2021 (%)
Nenhum dos grupamentos de atividades mostrou crescimento no rendimento médio real habitual, frente ao trimestre anterior. Houve redução em: Indústria (-5,7%, ou menos R$ 145), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-4,3%, ou menos R$ 86) e Transporte, armazenagem e correio (-4,5%, ou menos R$ 101).
Frente ao mesmo trimestre de 2020, não houve crescimento em qualquer categoria. Houve redução do rendimento em: Indústria (-11,9%, ou menos R$ 324), Construção (-11,7%, ou menos R$ 239), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-7,3%, ou menos R$ 151), Transporte, armazenagem e correio (-8,8%, ou menos R$ 209) e Serviços domésticos (-6,0%, ou menos R$ 59).
Houve estabilidade no rendimento de todas as posições de ocupação (Empregado no setor privado, Empregado no setor público, Trabalhador doméstico, Empregador e Conta própria) frente ao trimestre móvel anterior e redução no rendimento dos Empregados no setor privado (-5,3%, ou menos R$ 121) e dos Trabalhadores domésticos (-6,0%, ou menos R$ 59) na comparação com igual período do ano anterior.