Sinpro Macaé e Região: Vozes silenciadas, até quando?
“Não quero flores no meu enterro, pois sei que vão arrancá-las da floresta.”
Chico Mendes
Neste choque de tempos e modos de vida, o conflito emerge em nossa sociedade. Em destaque estão os assassinatos dos defensores dos Direitos Humanos. Com base na Declaração dos Defensores de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas apreendemos que são defensores de direitos humanos os indivíduos, grupos ou associações que contribuem para “a efetiva eliminação de todas as violações de direitos humanos e liberdades fundamentais dos povos e dos indivíduos”. (ONU, 1988)
Vivemos em nosso país uma naturalização da desigualdade social que colabora para manter padrões de preconceito e de estereótipos, expressos na criminalização de movimentos sociais e na dificuldade de acesso à justiça. No mais, a dimensão do conflito faz do status de defensor de direitos humanos uma atividade de risco iminente.
Os movimentos sociais e dos Direitos Humanos já denunciam há muito tempo a recorrência da violência que impõe um silêncio coletivo. Contudo, devemos manter a memória VIVA dos defensores de direitos humanos na Amazônia. Tantos já se foram como Chico Mendes, Irmã Dorathy, e agora, tudo indica, o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira. As autoridades precisam se posicionar sobre este caso.
Relatório divulgado pela Global Witness no mês de setembro de 2021, coloca o Brasil em 4º lugar no ranking dos países que mais matam defensores do meio ambiente. Foram 20 mortos em 2020, e mais de 70% dos casos aconteceram na Amazônia. Metade deles teve como alvo povos tradicionais indígenas, ribeirinhos e quilombolas. No total, em todo o mundo, 227 pessoas foram mortas por defenderem seus territórios, o direito à terra e o meio ambiente.
Entre os dez países com o maior número de assassinatos de ativistas ambientais em 2020, sete estão na América Latina, e das 227 mortes, 165 foram em países latino-americanos, 72,7% do total.
Nosso GRITO é por clamar Justiça contra os assassinatos, controlar crimes ambientais e proteger os direitos dos povos indígenas, organizando outra possibilidade de modos de “ser e viver” que não sejam submetidos à modernização do capital.
Diretoria do Sindicato dos Professores de Macaé e Região
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