Especial Dia Internacional da Mulher: Entrevista com a secretária-geral da Fitrae-BC, Márcia Cristina Mendonça
Contee – Como foi constituída a Secretaria de Gênero e Etnia da Fitrae-BC?
Márcia Mendonça – A entidade surgiu diante dos desafios de uma conjuntura política adversa aos trabalhadores e trabalhadoras da educação, em que a posição patronal é a de suprimir direitos assegurados na legislação trabalhista e nas convenções coletivas de trabalho. Um momento particularmente grave, com a progressiva deterioração das condições de trabalho, com o aval da Justiça do Trabalho.
A Fitrae-BC surge, assim, orientada pelos seguintes princípios, constante de sua Carta, escrita no ato de sua criação:
I – defesa da soberania nacional e do Estado democrático de direito, que assegure integral respeito aos direitos fundamentais e sociais dos (as) cidadãos (as) brasileiros (as), em consonância com os princípios que norteiam a Constituição Federal de 1988 e com os tratados e convenções internacionais, dos quais o Brasil é signatário;
II – autonomia em relação ao poder público, aos partidos políticos e aos patrões;
III – respeito ao pluralismo de ideias, de concepções políticas e filosóficas e de crenças religiosas;
IV – liberdade e autonomia sindicais, sem qualquer ingerência dos poderes
executivo, legislativo e judiciário;
V – solidariedade entre todos os trabalhadores, em defesa da igualdade, em direitos e obrigações, entre homens e mulheres, sem distinção de classes e sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, tendo como objetivo o bem-estar e a justiça sociais;
VI – defesa da universalização da escola pública, em todos os níveis, com efetiva garantia de acesso e permanência.
Na proposta de fundação da Federação Interestadual dos Trabalhadores em estabelecimentos de Ensino do Brasil Central (Fitrae-BC), já foi incluída a Secretaria de Gênero e Etnia, os fundadores já sabiam da necessidade desta importante secretaria, pois as desigualdades de gênero e raça são estruturantes da desigualdade social brasileira.
Contee – Quais as maiores dificuldades?
MM – A maior dificuldade foi iniciar as atividades desta Secretaria, pois foi necessário provar que daria certo e que teríamos o apoio das mulheres dos sindicatos filiados.
Contee – Quais as grandes conquistas desde que foi implantada a secretaria?
MM – Foram várias conquistas, podemos elencar 12:
1 – implementação do Coletivo de Mulheres da Fitrae-BC com a participação das mulheres dos sindicatos filiados;
2 – criação da Secretaria de Gênero e Etnia no Sinpror;
3 – criação da Secretaria de Gênero e Etnia no Sinproep-DF;
4 – criação do coletivo de mulheres no Sinteea;
5 – I Seminário da Mulher Trabalhadora da Fitrae-BC;
6 – Confecção da cartilha Direitos Básicos da Mulher Trabalhadora em Educação;
7 – dois Informativos Impressos referentes à questão de gênero;
8 – um Informativo Impresso referente à questão de raça;
9 – II Seminário da Mulher Trabalhadora da Fitrae-BC;
10 – III Seminário de Gênero e Etnia (Mulheres Trabalhadoras em Educação da Fitrae-BC);
11 – IV Seminário de Gênero e Etnia;
12 – mais participações das mulheres nos sindicatos.
Contee – Em que você acha que a secretaria auxilia na organização da categoria?
MM – Levamos temas importantes para as mulheres, como também para a igualdade de direitos. Trabalhamos a propagação e o entendimento de direitos específicos para as mulheres e conquistamos espaços nos sindicatos.
Contee – Quais são as políticas implementadas pela secretaria para as trabalhadoras?
MM – Apoiamos atividades inovadoras que beneficiem as mulheres, conforme as prioridades nacionais e regionais; garantimos a participação das mulheres em seminários específicos para a questão de gênero e etnia.
Da redação