Professores estão entre os mais prejudicados com a PEC da Previdência

O supervisor do escritório regional do Dieese em São Paulo, Victor Pagani, falou sobre as aposentadorias de professores da rede básica de ensino (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) nos setores público e privado.

Em entrevista à TVT, ele explica que, pelas regras atuais, a aposentadoria para os docentes tanto no setor público como no privado é de 25 anos de contribuição para as mulheres e 30 anos para os homens. No setor público, onde se concentra a maioria dos professores, a idade mínima para conseguir o benefício é de 50 anos para as mulheres e 55 anos para os homens.

Porém, na PEC 6/2019 proposta pelo governo Bolsonaro, ela sobe para 60 anos em ambos os sexos e o tempo de contribuição comprovada aumenta para 30 anos. A PEC também prevê a redução em média de 10% a 20% do valor do benefício.

Segundo Victor, para as demais categorias existem um diferencial entre homens e mulheres, para os docentes esse diferencial não existe. Com relação à transição, Pagani considera muito curta e prevê que poucos professores conseguirão aderir.

O professor que está prestes a se aposentar também pode ser afetado diretamente no valor do benefício. “Para que o docente consiga 100% da aposentadoria e ingressou em 2004, terá de trabalhar 40 anos para obter o valor cheio da aposentadoria”, explica Pagani.

Muitos dão aulas em mais de uma escola e o número de afastamento por doenças é elevado, devido ao stress, problemas com a voz, dentre outros. “Esses são alguns fatores que dificultam a permanência do professor por quatro décadas em sala de aula”, aponta o supervisor.

Victor afirma que não existe a valorização do magistério. “Os professores são tratados como inimigos do projeto do governo”.

Agência Sindical

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