Segundo Diap, é engano acreditar em renovação ampla no Congresso Nacional

“Ao contrário do que propaga o senso comum, a renovação no Congresso Nacional, em 2018, não será grande. É forte a tendência à reeleição, deixando poucas vagas a pretendentes, entre os quais candidatos do campo sindical”. A avaliação é de Antônio Augusto de Queiroz (Toninho), diretor do Diap – Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar.

O Congresso, como todo sistema, não se renova por si só. E mais: os congressistas – até por força do desgaste que vêm sofrendo – criaram regras que facilitam a continuidade. Em entrevista à Agência Sindical, Toninho aponta sete itens que jogam a favor dos atuais detentores de mandato.

Recandidaturas – “O número de parlamentares que vão concorrer de novo tende a aumentar em relação a pleitos anteriores. Quanto maior o número de recandidaturas, menor a renovação. Muitos dos atuais precisam manter o foro privilegiado, em razão de problemas na Justiça, como caixa dois etc.”.

Janela partidária – “Ante a brecha legal pra mudar de partido, muitos vão pressionar os presidentes das siglas, para negociar mais recursos do fundo partidário ou tempo no horário eleitoral gratuito”.

Campanha curta – “Tempo de campanha cai de 90 para 45 dias, o que facilita a vida de quem já está no Congresso, tem experiência de campanha e mais meios à disposição”.

Estrutura própria – “O parlamentar atual já conta com estrutura própria que os pretendentes não têm. Verba de gabinete – de R$ 38 mil por mês -, a estrutura do próprio gabinete, dinheiro oriundo de emendas parlamentares, cota de correio, cota pra combustível, passagens aéreas e outros meios”.

Acessos e contatos – “O detentor de mandato tem muito mais facilidade de acesso a meios de comunicação, reuniões com autoridades, contatos, enfim, poder de criar fatos e repercutir no âmbito da campanha”.

Serviço – “A imensa maioria tem algum tipo de serviço prestado, a seus eleitores, a prefeituras, a seus redutos eleitorais, a segmentos profissionais, empresariais, religiosos e outros. Isso gera um acúmulo que lhe favorece na disputa”.

Recall – “Mesmo um parlamentar do baixo clero tem um nome entre seus eleitores, na sua região ou em segmento de onde vem. Esse recall é uma vantagem efetiva na disputa”.

Para o diretor do Diap, a soma dessas condições dá uma vantagem real a quem vai se recandidatar. “Dá uma dianteira muito grande na corrida eleitoral”, ele observa.

Agência Sindical

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