Anglo/COC desrespeita decisão do TST e realiza demissão em massa sem garantias aos professores

Num flagrante desrespeito ao que determina o Tribunal Superior do Trabalho, o grupo Anglo Campinas/COC começou a pôr em prática seu plano de demissão em massa que vai colocar na rua cerca de 50 professores sem receber nenhum centavo do 13º salário e das verbas rescisórias a que têm direito. As demissões contrariam também o acordado em uma audiência de conciliação realizada na última segunda-feira (10), junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT), em que ficou consignado que a mantenedora do Anglo/COC deveria apresentar uma proposta que garantisse os direitos dos demitidos e que fosse mediada pelos Sinpro Campinas e Valinhos/Vinhedo. Sob a alegação de falta de tempo, o Anglo não cumpriu o acordo.

Com as novas demissões anunciadas desde a última quinta-feira (13), já são mais de 200 professores demitidos sem receber um único centavo. Condenado já em três processos movidos pelos Sinpros Campinas e Valinhos/Vinhedo, o Anglo/COC pretende manter abertas em 2013 as unidades de Barão Geraldo e de Vinhedo. Deixam de existir as unidades do Taquaral, do Cambuí e de Americana.

Em carta enviada aos Sindicatos, a mantenedora confessa a dívida do 13º salário e da PLR e avisa que não vai pagar nada aos demitidos. Só receberá, segundo proposta do Anglo/COC, o professor que estiver com o contrato ativo em 20 de dezembro, no caso aqueles que têm estabilidade por lei e os que ainda continuarem trabalhando em outras unidades do grupo econômico.

“Eles falaram em pagar os professores que estiverem na ativa, mas nós defendemos junto ao MPT que os demitidos sairão sem nenhum recurso para sobreviver nos próximos meses. Eles simplesmente ignoraram”, disse Cláudio Jorge, presidente do Sinpro Campinas e professor do Anglo/COC Taquaral.

Demissão seguida de golpe

Pensando ainda em economizar um pouco da dívida trabalhista que terá com os cerca de 50 professores demitidos, a Mantenedora comunicou a dispensa dos professores na quinta (13).

Mesmo demitindo os professores, ainda pediu que comparecessem às unidades na última sexta (14) e na próxima segunda-feira (17), para aplicar e corrigir provas e para participar do Conselho de Classe, instância que discute a aprovação ou não de alunos. O Sinpro orientou os demitidos a não realizarem mais nenhum ato pedagógico a partir da data da demissão.

“Um cinismo e flagrante desrespeito com nós professores. O Sinpro está orientando que quem já recebeu o comunicado de demissão não volte mais à escola para qualquer tipo de atividade, porque já não tem contrato ou obrigação com a empresa”, avisou Cláudio Jorge.

Tragédia anunciada

A gestão desastrosa do Anglo/COC vinha sendo denunciada pelo Sinpro Campinas desde 2008. Mesmo assim o grupo seguiu inaugurando novas unidades e dando “calote” em professores e alunos, que recebiam cópias e não os originais do material didático pago mensalmente.

Novo prazo

Em assembleia na quinta (13), os professores decidiram conceder novo prazo até segunda-feira (17) para que o grupo Anglo apresente uma proposta viável de pagamento do 13º salário, da PLR e do saldo de salários de dezembro.

Já os professores das unidades de Vinhedo e de Barão Geraldo aprovaram a proposta de pagamento parcelado do 13º e da PLR com parcelas em 20 de dezembro, 20 de janeiro e 20 de fevereiro de 2013.

O Sinpro já está tomando as medidas legais cabíveis contra a mantenedora e já no início do ano deverá ingressar com nova ação coletiva para garantir que os demitidos recebam as verbas rescisórias e tenham acesso ao saldo do FGTS e ao seguro-desemprego.

Com informações do Sinpro Campinas

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